Gêneses 13.1-11 – Pastores de Abrão e Pastores de Ló,
usando ou sendo usados?
Quando um homem de Deus é submetido
a um teste de crescimento e fidelidade para com o seu Senhor, penso que ele
deve está preparado ou aberto a esta preparação ao ponto de ter que lhe dá com
um dos seus mais desafiadores e sutis desejos da sua alma. No caso aqui de Abrão;
o poder ou a abastança material.
Sempre é um perigo fazer as nossas
escolhas baseadas em valores e conceitos deste “mundo” e não nos valores do
Reino de Jesus; pois, tudo que aqui se faz e se pensa, são, e tem duração
temporal, são efêmeros e não podem suprir as necessidades mais valorosas e
reais da alma do homem. Como diz o Apóstolo Paulo a Timóteo em 1ª Tm 6.7 que diz: “Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma poderemos
levar dele”; é claro que o levar aqui é com relação às coisas materiais,
pois do amadurecimento e experiências com os valores e Reino de Deus, este é
certo, pela ação do Espírito Santo que em nós habita. No âmbito terreno e
material de fato, quando nascemos do ventre da nossa mãe, estamos totalmente
desprovidos de qualquer aparato ou bem material, nascemos nus; e se lembrarmos
do nosso futuro, quanto tivermos que deixar este mundo, também nada daqui
levaremos no sentido material, pois, a única riqueza que poderemos ter
acumulado na nossa vida, foi o quando nós gastamos ou investimos do nosso tempo
em ouvir e executar aquilo que o Espírito do Senhor esteve durante toda a nossa
nova vida nos falando.
No texto acima, Abrão mesmo diante
de sua fraqueza, em não confiar na proteção divina, garantida pessoalmente pelo
Senhor em qualquer circunstância em que venhamos a ser expostos, ficou com medo
do que os egípcios pudessem fazer a ele e à sua esposa; ele apoiou-se na
aparência exterior dela para tentar receber aos seus olhos aquilo que só o
Senhor pode nos dá: proteção. Por estar entrando em campo desconhecido, e tendo
que se relacionar com outras pessoas, de outros valores, com outros deuses; sua
atitude que passa a se tornar muito comum na vida daqueles que baseia e espera
“proteção” na sua própria força e capacidade de articulação, não sendo esta a
recomendação de Deus para o homem sábio ou que quer ser tornar sábio; como diz
em Provérbios 3.5 “Confia no Senhor de
todo o teu coração e não te apóies no teu próprio entendimento”.
É obvio que nenhum de nós já nasce
sábio e acerta todas; mas, Deus cumpre os seus propósitos santos em nós,
fazendo-nos mais experientes com circunstâncias duras e difíceis de entender
que Ele permite, sendo elas colhidas por meio das nossas escolhas irrefletidas
e precipitadas; afinal, como poderíamos ser melhorados? Como forjar o caráter
do Seu Filho em nós? Se não sofrêssemos a dura realidade de termos que nos dá
de frente com os resultados de nossas próprias escolhas? Deus é Senhor sobre
tudo. Veja o que diz a Palavra de Deus em Tiago
1.2-4 “Meus irmãos considerai por motivo
de grande alegria o fato de passardes por várias provações, sabendo que a prova
da vossa fé produz perseverança; e a perseverança deve ter ação perfeita, para
que sejais aperfeiçoados e completos sem lhes faltar coisa alguma”. Podemos
ter certeza de que quando nós pedirmos sabedoria a Deus, Ele nos dará algumas
dificuldades para que o nosso caráter seja melhorado.
Quando administramos os bens de Deus
sob o nosso cuidado, (sendo o maior as pessoas – ovelhas), não podemos dá lugar
no nosso coração para o egoísmo e a cobiça. Caso isto aconteça no nosso
coração, como poderemos nós pregar a Palavra de Deus? Como poderemos viver como
pastores e igrejas de Deus? Como nos espelharmos nos cristãos primitivos da
igreja de Jerusalém em Atos 2.42-47? Como poderemos impactar o mundo e as
pessoas que vivem nele, e estão presas a este esquema altamente mundano,
corrupto e materialista, se nós comungamos com eles os mesmos valores? Como
pregar contra aquilo a que você mesmo ama e está preso?
Veja que Ló escolheu pelas vistas,
isto é, pela “concupiscência dos olhos”; em Gn 13.10-11 diz: “Então Ló
levantou os olhos e viu todo o vale do Jordão, todo bem regado até chegar a
Zoar (antes de o Senhor destruir Sodoma e Gomora), como o jardim do Senhor, como
a terra do Egito. Ló escolheu para si todo o vale do Jordão e partiu para o
Oriente. Assim se separaram um do outro”. Ló escolheu e decidiu como
qualquer um de nós escolheria, se fôssemos submetidos às mesmas circunstâncias.
Sempre pela nossa ótica do que é que vai dar certo ou daquilo que nós mais
confiamos, o que nós “vemos”, ainda como meninos escolhemos por aquilo que nos
dará respostas mais rápidas e satisfação imediata.
Não é por isso, que nós estamos como
estamos? Veja Tiago 4.1-2 “De onde vêm as guerras e discórdias que há
entre vós? Será que não vem dos prazeres que guerreiam nos membros do vosso
corpo? Cobiçais e nada conseguis. Matais e invejais, e não podeis obter;
brigais e fazeis guerras. Nada tendes porque não pedis”.
Abrão agiu neste caso, com vistas àquilo que é eterno,
atemporal, o valor do Reino Celestial, havia uma promessa feita por Deus, e que
não só ele, mas também toda a sua descendência habitaria “uma terra que manaria
leite e mel”, não conquistada por meio do que os seus olhos avistavam, e que
também os nossos não devem parar de olhar; mas pela ação e condução daquele que
vê além das nossas vistas, Deus.
Se ensinarmos a nós e aos nossos
colegas, que os valores do Reino se conquista pelos valores e medidas que o
mundo aceita e conhece, somos dos homens, os mais pobres deste mundo, e ainda
estamos necessitando de amadurecimento quanto ao que para Deus realmente tem
valor.
Se nos distrairmos, colocando os
nossos olhos naquilo que são valores terrenos, como foi o caso dos pastores de
gado de Abrão e os pastores de gado de Ló; corremos o risco de não conseguir
enxergar o que está ao nosso redor. Precisamos depender de Deus em todas as
áreas da vida, e o Espírito Santo nos foi dado para podermos agir, como agiu
Abrão com relação à Ló; conforme registro em Gn 13.8 “E Abrão disse a Ló: Não
haja desentendimento entre mim e ti, nem entre meus pastores e teus pastores,
pois somos irmãos, ou conforme a versão – pois somos parentes chegados, da mesma família”. Quando é que
nós, agora olhando para mim mesmo, pastores Batistas tradicionais perseverantes
e peregrinos, neste mundo; estaremos chamando os colegas para conversar de
maneira que Abrão conversou com Ló? Não dizemos nós que somos Igreja de Jesus
Cristo (não que duvide do Espírito), mas, as nossas atitudes ainda não, que
podemos confiar naquele que é o nosso Cabeça (não que eu duvide d’Ele), mas se
não queremos ceder a Ele? E por que não agirmos de igual modo, quando nos é
apresentado ou permitido um cenário adverso, onde podemos colher frutos das
nossas próprias escolhas desonestas?
Veja que o Apostolo Paulo dá o tom do
porque da nossa unidade, ou falta dela; ou da Igreja de Éfeso e em estágio
maior à Igreja do Senhor Jesus Cristo, no texto em Efésios 2.19 “Assim, não sois
mais estrangeiros, nem imigrantes, pelo contrário, sois concidadãos dos santos
e membros da família de Deus. Edificados sobre o fundamento dos Apóstolos e dos
Profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra de esquina”.
Sou pai, filho e marido, e não fujo dos meus problemas e dificuldades, mas há
sempre oportunidades para que não tratemos os nossos problemas na sua causa
raiz.
Aplicações:
1-
Mentiras nem que
seja das menores e despretensiosas, devem ser evitadas, pois podem levar ou
colocar outras pessoas, e às vezes, pessoas próximas de nós; expostas a algum
tipo de perigo.
2-
Não usar as
pessoas com a influência que tens sobre elas para atingir objetivos
gananciosos, pois, poderás ter que lhe dá com a pessoa ou ação do próprio Deus
contra você.
3-
Quando tudo lhe
parece está dando errado e parece ser impossível de prosseguir, mesmo assim,
ainda vale à pena obedecer e esperar para que Deus faça aquilo que ele prometeu
e planejou fazer.
4-
Deus para nos
corrigir e tornar a trazer a Sua Igreja ao seu curso normal, pode usar até
mesmo os nossos maiores adversários, se é que podemos assim chamar os homens
inescrupulosos.
Autor: Pastor Salésio Oliveira Porto
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