DILUINDO COM ÁGUA – Pr
Salésio Porto – 19/11/2012 - João 6.60-65
Em dias como os nossos, onde as pessoas procuram se adaptar
ao que elas acham que é melhor para elas, notamos uma prática muito
interessante que meses atrás utilizei junto com a minha digníssima esposa Aíla
para fazer a nossa filha Ester tomar um antibiótico forte; foi a técnica de
diluir o medicamento em suco ou refrigerante, esta foi a sugestão da médica que
receitou o medicamento. Nós concordamos em dá o medicamento e não somos contra
ele em caso de necessidade clínica. O que chamo a atenção é para a alternativa
que nos foi oferecida com a maior das boas intenções – fazer a Ester ingerir o
medicamento – o problema é que pelas constantes crises que ela veio tendo desde
o nascimento já deve está saturada de tanto antibiótico e consequentemente ela
joga fora quando o colocamos na sua boca, o que é muito bem entendido por nós
adultos. O que aconteceu então? Ester descobriu o gosto do medicamento mesmo
diluído em refrigerante Fanta laranja que ela tanto gosta. A nossa alternativa
foi partir para o antibiótico aplicado sob a forma de injeções, e foram 5
durante uma semana, a mãe dela ficou com muito sentimento, que iria traumatizar,
doer muito, e realmente ficaram alguns hematomas nas suas nádegas, porém foi a
decisão que tivemos que tomar.
No texto do
Evangelho de João capítulo 6, resumidamente: Jesus está prosseguindo no seu
ministério e faz o milagre da multiplicação de pães e peixes; diz o versículo
14: “vendo, pois, os homens o sinal que
Jesus fizera, disseram: Este é na verdadeiramente, o profeta que devia vir ao
mundo”; o que eles disseram está correto, o objetivo do milagre foi
cumprido, trazer e revelar aos homens que Jesus é o Filho Eterno de Deus e
Eterno Profeta. Porem, no versículo seguinte, v.15; Jesus nos ensina algo além
do que fora dito por aqueles homens; vejam o que Ele diz: “Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo
para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte”. Não é
incrível como os homens sempre procuram Jesus para adequá-lo aos seus
interesses? (João 6.1-15).
Em seguida, ao descambar o dia, após seus discípulos descerem
para o mar, e tomando um barco, passaram para o outro lado, rumo a Cafarnaum.
Lembremos que Jesus havia se retirado para o monte (covardia, medo daqueles
homens, ou oração?) e já se fazia escuro, e Ele não ainda não viera ter com
eles (uma ótima oportunidade para aprenderem a resolver seus problemas), é daí
então que passamos a conhecer quem realmente são os apóstolos e, por
conseguinte a nós também; o famoso episódio de Jesus andando sobre o mar. (João
6.16-21).
No dia seguinte, acontece a pregação de Jesus, veja como a
multidão estava interessada na pregação edificante de Jesus no v.24: “quando, pois, viu a multidão que Jesus não
estava ali nem os seus discípulos, tomaram os barcos e partiram para Cafarnaum
à sua procura”; de tão grande que era o interesse da multidão pelos ensinos
de Jesus acabaram pegando barcos e atravessando o rio também, não sabemos se
havia pedágio para os donos dos barcos, mas é provável que naquela época alguém
ainda respirava a misericórdia ou já se articulava as primeiras estratégias de
ganhar o seu pão, alugando seus barquinhos para transportar as caravanas que
tinham tamanho interesse na pregação regeneradora de Jesus. Ledo engano veja o que Jesus lhes respondeu,
interessante que Jesus sempre tratou as pessoas de forma sincera, não havia
meias palavras, arrodeios e nem o politicamente correto, v. 26: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me
procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos
fartartes.”. Dizem os estudiosos mestres, que quando Jesus usa essa
expressão “em verdade, em verdade” Ele está fazendo uma afirmação superior e
imutável, não tem como não ser e não acontecer, sempre acontecerá (João
6.22-40).
Bem esclarecidas as intenções das multidões que até podem ter
pagado pedágio nos barquinhos para o seguirem, Jesus prossegue seu ministério
agora enfrentando a murmuração dos judeus, e vejam que o problema para os
judeus começou novamente e sempre, porque Jesus declarou no v. 41 que: “Eu Sou o pão que desceu do céu”.
Sabemos que “pão” aqui não tem a ver com satisfação física, ou desejos matérias,
que serão consequências do bom uso do corpo, também ordenado por Jesus em
outras cartas no NT, Jesus não queria oficializar o canibalismo, Ele
simplesmente estava ensinando que os judeus e toda a multidão deveria ouvir
(praticar) o que Ele estava ensinando, pois, o seu ensino é, e traz vida, e
vida espiritual (João 6.41-59).
Mas já não era de se esperar, os “discípulos”
escandalizaram-se, e vejamos como eles se referem ao que Jesus estava ensinado
no v.60b: “...Duro é este discurso; quem
o pode ouvir?”. Jesus sempre tem as respostas, olha o que Ele disse logo
após esta atitude dos seus “discípulos” fujões; v.61: “Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de suas
palavras, interpelou-os: Isto vos escandaliza?”. Notemos que o principio de
diluir as coisas difíceis de serem praticadas pelos “abençoados” em Jesus,
acabam que sendo deixadas de lado porque corre o risco de não agradar uma parte
das pessoas e pode; ou ofender alguma família, geralmente as mais abastadas,
enfim, dá-se um jeito para quase tudo na igreja e a Palavra de Jesus começa a
ficar de lado, sendo relegada em segundo plano.
É O PRINCÍPIO DE DILUIR
COM ÁGUA – Está
difícil de conseguir seguidores para o evangelho como ele é, dilui-se ele um
pouco para ficar mais palatável e vai dosando em doses pequenas, para ir
agradando parte das pessoas aqui, um grupinho ou outro acolá; e segue-se o
resultado que todos nós já sabemos, ou pelo menos temos o direito de saber;
Jesus sempre esclarecendo as dúvidas, v.64: “contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o principio,
quais eram os que não criam e quem o havia de trair”; não há dúvida de que
aqueles que se escandalizaram ou se queixaram do seu ensino citado no v.60, são
exatamente estes que Jesus cita no v.64 dizendo que “há descrentes entre vos,...”. Por que o espanto, por acaso ensinou
alguma novidade? Não, as pessoas é que não querem se sujeitar ao seu ensino,
Ele fala no v.62: “Que será, pois, se
virdes o Filho do Homem subir par o lugar onde primeiro estava?”; há muitos
querendo minimizar e rebaixar Jesus do seu Trono Glorioso, humilhar-se e
baixar-se aos homens, é sem dúvida uma prerrogativa dele, isto foi por causa da
sua infinita misericórdia, homem algum merece esta sua atitude, ela é a prova
incontestável do seu amor eterno e santo, aos pecadores perdidos, mas, que só
atingirá os arrependidos, e aqui é que entra a nossa parte, ou o nosso papel de
ministros; pregar o evangelho conforme ele é, e não adulterando ou falsificando
a Palavra de Deus, como são muito comuns no meio dos falsos mestres, eles por
interesses gananciosos e movidos pelas suas cobiças, irão diluir em água aquilo
que é para ser digerido via oral, ou pelo ouvir. Pense nisso!
Acorda! Pastores; vejam que o dia já se aproxima, conforme exorta
o Apóstolo Pedro na sua primeira epístola 4.7-8: “Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto,
criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações. Acima de tudo, porém, tende
amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados”.
Oramos a um Deus santo, que transforma mediante o poder de
Seu Espírito Santo por sua Palavra sendo explanada; pecadores em santos também;
por que é que teremos que abaixar o seu padrão? Para agradar, a quem? Quem
dentre qualquer homem é digno e merecedor de tamanha peripécia da nossa parte
para com as coisas de Deus? Seria, talvez para acrescentar mais pessoas ao céu,
mas, temos tal função. Não nos cabe modestamente, apenas ensinar o que já fora
ensinado por Jesus? E, Ele faz as escolhas.
Em Cristo!
Pr Salésio Porto
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