ATOS 19.1-20 – A
FORMAÇÃO DA IGREJA DE ÉFESO.
“E eram ao todo uns doze homens”. (Atos 19.7)
Paulo está agora na sua terceira
viagem missionária, faz suas tendas e comercializando-as ganha o seu sustento.
Passa a pregar em Éfeso numa sinagoga judaica, provavelmente pelo conhecimento
que ele tinha de como funcionava a vida de um judeu e o seu estilo religioso,
deve ter se aproximado da liderança e neste intervalo aproveitou para pregar
ousadamente o evangelho do reino de Deus por um período de três meses,
persuadindo os judeus que ali congregavam e o povo da cidade.
Como já era
de se esperar alguns que não aceitaram a mensagem do evangelho de Jesus,
começaram a endurecer e não obedecer ao ensino que Paulo ministrava, começaram
a falar mal do Caminho de Jesus à multidão, é aquela famosa visitinha dos
falsos mestres e seus discípulos hereges a aquelas pessoas que abrem as portas
do seu lar para que nós possamos evangelizar de forma bíblica com a sã
doutrina, é só você dá as costas, eles chegam com a sua conversa mole e difamam
tanto a você como as suas ovelhas, tanto o evangelho de Jesus que nós pregamos.
Mas, os deixem, com Deus, todos hão de comparecer diante do tribunal de Cristo,
e lá todos terão que se explicar diante do Senhor dos Senhores; “todos” refiro-me
aos falsos profetas e falsos mestres hereges, porque nós já somos comissionados
pelo Senhor Jesus sob a direção do Espírito Santo, em nome da Sua Igreja e
confiarmos no que pregamos em Seu Nome. Não há palha. Você está certo que não
há?
Após três meses
de tentativa de persuadir os judeus também pecadores como os demais moradores
de Éfeso, ao evangelho da Graça de Jesus, ele percebeu que daquele mato não
sairia coelho e se apartou deles, é como disse Jesus, “vos tendes por pai o diabo”;
separou-se deles e chamou os salvos que já estavam lá em Éfeso, que provavelmente
ouviram o evangelho por outros crentes e só aguardavam algum líder para conduzi-los,
para organizar a Igreja de Éfeso. Tudo pela fé, não havia muito recurso
financeiro, e não sei se vai ter, ou se deve haver; pelo menos o texto não
mostra, não havia muita gente, também não sei se é necessário, o texto mostra
doze, mas a ordem de Jesus é clara: ide, e Paulo sabia muito bem de qual era a
sua missão, não perdia tempo com festas e entretenimento, sua missão era
percorrer o mundo da sua época para evangelizar.
É muito
interessante saber que depois de sair da sinagoga, Paulo foi ter ido parar numa
escola, no caso dele, a escola de Tirano. Apenas aqui a Bíblia cita Tirano,
nada mais sabemos dele, provavelmente após utilizar o local para as aulas,
ofereceu a Paulo o espaço para iniciar o discipulado de novos crentes, e assim
iniciaram uma grande Obra ali naquela cidade, passando a provavelmente
influenciar grande parte daquela região da Ásia por meio da pregação do
evangelho a diversas pessoas que por ali passaram para ouvir o apóstolo, como
diz o v.10 “durou isto por dois anos; de
maneira que todos que habitavam na Ásia, tanto judeus como gregos, ouviram a
Palavra do Senhor”. Não sabemos quantas pessoas tinham na Ásia naquele
momento, mas hoje, por exemplo, é uma das regiões mais populosas da terra. E o
texto diz que TODOS ouviram o evangelho. Como é que Paulo conseguia ser tão
eficiente no alcance da sua pregação? O que ele tinha para em tão pouco tempo
evangelizar continentes inteiros de forma a cobrir todas as pessoas? Nós
precisamos muito da ajuda do Senhor, para nos dá coragem para fazer como ele; fazer
o que deve ser feito. Perdemos muito tempo com planejamentos e projetos, não sou
contra nenhum dos dois, mas, planejar e projetar e não executar, de nada vale,
há urgência na em entregar a mensagem. Tem grandes hereges que não planejam
nada, fazem de tudo e de qualquer jeito e chegam sempre na “frente”, digo isto
com relação à visão terrena e humana, quem não sabe que os pentecostais
diversos são velozes para abrir suas congregações em cantos e becos de forma
improvisada e as vezes até pescando em aquários já habitados. Fica o alerta
para nós, enquanto planejamos, reprojetamos e repintamos, passamos a limpo e
etc. Na escola da vida, dizem que não adianta ter a teoria e não ter a prática,
e também não adianta ter a prática e não ter a teoria, fato é, que; enquanto
planejamos e discutimos mil vezes, outros já chegaram e estão fazendo “em nome
de Jesus” o que Ele nos mandou fazer.
Deus, pelas
mãos de Paulo fazia milagres extraordinários, não foram relatados quais foram
feitos, além do maior que foi a salvação de pecadores; mas o fato é que, todo o
povo já conhecia Paulo na região, e sabia muito bem qual Jesus ele servia. Veja
que até os sete filhos hereges de um dos principais sacerdotes da cidade
chamado Ceva, queriam usurpar o poder conferido a Paulo utilizando-se de
enganos e artimanhas para exorcizar as pessoas que tinham os espíritos
malignos; descrentes pagãos não dirigidos pelo Espírito Santo, dizendo: “esconjuro-vos
em nome de Jesus a quem Paulo prega”; veja que não é novidade usar e
utilizar o “nome de Jesus” e a influência de seus pregadores para usurpar a
glória divina, é pena que hoje, os que assim procedem não recebem aparente e
momentaneamente o que aqueles em Éfeso receberam: “então o homem, no qual estava o
espírito maligno, saltando sobre eles, apoderou-se de dois deles e prevaleceu
contra eles, de modo que nus e feridos, fugiram daquela casa”. A
diferença para hoje é que nenhum deles está saindo nu e de mãos vazias, ao
contrário, todos estão saindo de bolsos e cuecas cheios de dólares.
Paulo, juntamente com seus
cooperadores em formação: Timóteo e Erasto enfrentaram fortalezas e autoridades
influentes da cidade, mas, não recuou, ao contrário, avançou. Como Demétrio, um
homem rico, por que era ourives, e fazia de prata nichos (objetos com imagem do
templo da deusa Diana/Artemis) e dava muito lucro aos artífices da cidade,
provavelmente era o presidente da cooperativa, veja o que diz os vs. 25-26 “os quais ele ajuntou, bem como os oficiais de obras
semelhantes, e disse: Senhores, vós bem sabeis que desta indústria nos vem a
prosperidade, e estais vendo e ouvindo que não é só em Éfeso, mas em quase toda
a Ásia, este Paulo tem persuadido e desviado muita gente, dizendo não serem
deuses os que são feitos por mãos humanas. E não somente há perigo de que esta
nossa profissão caia em descrédito, mas também que o templo da grande deusa
Diana seja estimado em nada, vindo mesmo a ser destituída da sua majestade
aquela a quem toda a Ásia e o mundo adoram”. Infelizmente, ou
felizmente hoje, a comercialização pagã da fé, não se resume só ao catolicismo
e demais simpatizantes, mas, já chegou também nos chamados “evangélicos” e tudo
em nome de Jesus. Há alguma semelhança na formação desta quadrilha em Éfeso com
as quadrilhas hoje formados por: Edir Macedo, Valdomiro, RR Soares, Padre
Marcelo Rossi, Padre Fábio de Melo, fulano, beltrano e cicrano que cantam muito
bem, e etc.? O comércio da fé, não é privilégio só de idólatras e seus ídolos
mudos, mas também, de “apóstolos, bispos, bispas e profetas” em nome de Jesus.
Precisamos sim, de reforma, mas primeiro a reforma tem que acontecer na casa do
Senhor, precisamos retirar os nossos ídolos de dentro da Igreja, e voltarmos à
direção do nosso cabeça, Cristo.
Concluo,
pois; afirmando que não é necessário multidões, e sim, homens e mulheres santos
com coordenação, coragem, e domínio da Palavra, para que os templos e casas
pagãos sejam tomados pelo exercito de Cristo, e concretizar de forma eficaz a
ordem que nós já sabemos, nos foi dada para “Pregar a Palavra, insta, a tempo
e fora de tempo...” temos medo em varrer as casas de pessoas influentes
e ricas da nossa cidade para proclamar o santo evangelho, pois, poderíamos
correr o risco de magoar talvez alguns dos nossos maiores amigos e parceiros
“patrocinadores”, infelizmente estamos dando as mãos ao mundo, dentro das
nossas igrejas para juntos pregarmos o evangelho de Jesus Cristo, nada contra
ajuda, mas nem tudo que é bom é bem.
Termino
com as palavras do v.20 “Assim a palavra
do Senhor crescia poderosamente e prevalecia”. Quem está prevalecendo?
Estamos dispostos a pagar o preço? Ou vamos nos acovardar e deixar que os
nicolaítas penetrem e comecem a minar as igrejas do Senhor Jesus? Pense e aja
nisso.
“Ensinamos melhor aquilo que precisamos aprender” (Martinho Lutero)
"Uma masmorra com Cristo é um trono, e um trono sem Cristo é um inferno"
(Martinho Lutero)
Em Cristo!
Pr Salésio Porto – 30/10/2012.
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