O PECADO AFETOU O PENSAMENTO DO HOMEM – Isaías 59.2
“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus;
e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.” (Almeida
– Revista e atualizada)
“Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados
esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá.” (NVI)
O texto de Isaías 59.2,
que está no contexto da maldade de toda a nação de Israel, contra a santidade
do Seu Deus; denuncia e mostra claramente aos homens uma consequência
catastrófica sobre o que o pecado faz com relação ao sincero e objetivo
relacionamento entre Deus e os homens. Fato é que em Is 59.1 começa dizendo: “Eis que a mão do Senhor não está
encolhida, para que não possa salvar, nem surdo o seu ouvido, para não poder
ouvir”, ainda que Deus deseje sinceramente se relacionar de forma pessoal e
direta com o homem, há uma restrição fundamental impedindo que a realização
dessa comunhão aconteça. No Antigo Testamento pela sua infinita misericórdia e
amor sinceros, o Senhor Deus providenciou pela instituição do sacrifício
mediatório de animais ministrado pelo sacerdote a remoção desta restrição e por
graça conceder um acesso, mesmo que provisório e momentâneo, mas eficaz pela
fé, permitindo ao homem, desfrutar do seu amor e cuidado paterno, e assim poder
perceber a ação e direção divinos na sua vida, individual e coletiva seguindo
as orientações da Lei revelada por Deus a Moisés.
Deus é bom, justo e
compassivo e deseja que a vida do seu povo receba as bênçãos advindas da sua
soberana vontade, e isto, levou homens como Noé, Abraão, José, Moisés, Davi e
outros a se envolverem de tal forma nesta oportunidade de serem úteis e relevantes
ao Reino de Deus, que os chamou; que suas histórias nos trazem ainda hoje
grandes lições. De que adianta orações levantadas a Deus se os pecados fazem
separação entre quem orava e quem deveria receber as orações? Que adiantaria
suplicar e contar com as bênçãos que haveriam de ser derramadas para o povo se
o rosto de Deus estava encoberto e escondido deles? Vejam que se for depender
do homem para que a comunicação e o perfeito relacionamento, entre ele e Deus
aconteça, seria evidentemente impossível. Deus não se dá com pecado, sua
natureza abomina e não suporta esse tipo de mistura, por isso, a solução
definitiva e restauradora deveria acontecer por parte de Deus e ser comunicada
de maneira clara e universal a todos os homens criados, Tito 2.11 “Porquanto a graça de Deus se manifestou
salvadora a todos os homens,”. A nova do Evangelho, que recoloca de forma suficiente,
perfeita, mediadora e definitiva um ponto final no impedimento que o pecado de
Adão causou a toda a humanidade. Assim, visto que a morte veio por meio de um só
homem (Adão), também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem
(Jesus Cristo); o Apóstolo Paulo nos mostra em sua primeira epístola aos
Coríntios 15.22 “Porque, assim como, em
Adão, todos morreram, assim também todos serão vivificados em Cristo.”.
A Graça de Deus
chegou, ela veio até nós, de forma misericordiosa, Deus quis se comunicar
conosco e restaurar espiritualmente a nossa eterna comunhão com Ele mesmo, Seu
Filho Jesus é enviado do céu, para baixar-se ao mais inferior do mundo, como
prova definitiva do seu amor pelo homem. Mas, impressionante é que, assim; como
no Antigo Testamento, o pecado estava entre o homem pecador e Deus; também no
Novo Testamento ele continua sendo impedimento para uma perfeita comunhão entre
o homem e Deus. Pois bem e o que muda então? Que vantagem há em ter vivido no
Antigo e de viver no Novo Testamento de Jesus?
Alguns exemplos de
como o pecado continua interferindo e impedindo o perfeito relacionamento entre
o homem e Deus, também no Novo Testamento ele não perdeu o seu efeito, só
culturalmente mudou de nome: João 2.24 “mas
o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos”; o
termo não se confiava, quer dizer que há restrições da parte de Jesus em
manifestar garantia absoluta em confiança ao que o homem é e o que ele pode
fazer, e isto é muito triste; João 3.19 “O
julgamento é este: que a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do
que a luz; porque as suas obras eram más.”, a iniciativa partiu de Deus,
Ele veio, e o que Ele encontrou? Está bem claro no texto: os homens amaram mais as trevas, é muito difícil para nós aceitarmos que a pessoa que nós mais confiamos e queremos ser íntimo dela, ame mais
outras coisas do que a nós, imagine, se é difícil para nós, seres humanos, que vivemos em constantes oscilações e dificuldades, o que
dirá de Deus, Santo, Justo e Perfeito? Este é o caso dos homens em relação ao Filho de Deus, eles até esboçam
algum tipo de relação, mas, todas elas têm seus interesses e prerrogativas mundanas,
nunca foram e nunca serão sinceras, se esta dependência for por parte do coração
do homem. O fato de amarem mais as trevas,
está bem claro a seguir no versículo que nos esclarece: porque as suas obras eram más, o que se pode esperar de um homem
mal senão a prática dele? O homem do Novo Testamento continua o mesmo, o seu
pecado continua o mesmo, seu senhorio continua sendo pelo pecado, a mudança e a
diferença básica é que agora Deus não depende de nenhum sacrifício humano ou
animal para mediá-lo com o homem; Ele mesmo providenciou a resolução: O
Cordeiro de Deus Crucificado. João vai dizer isto, em João 1.29 “No dia
seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!”.
Verdades de Deus, que
precisam ser pregadas ao mundo perdido, digo a homens perdidos, que foram ensinadas
pelo Apóstolo Paulo em 2ª Coríntios 4.3 “Mas,
se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está
encoberto”. É triste ouvir isto, mas ainda há pessoas que se perdem por
causa do evangelho ainda está encoberto, e veja que aqui é o início da pregação
da igreja primitiva no mundo da época, vários anos já se passaram, na verdade
séculos, ou melhor, milênios inteiros, e não podemos ficar descansados quando
ouvirmos este ensino, do evangelho encoberto e pessoas se perdendo. Notem, que o
motivo do evangelho encoberto continua sendo o pecado dos homens, veja; o que
segue dizendo o texto, agora em 2ª Coríntios 4.4 “nos
quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes
não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.”;
aqui o termo usado é “deus deste século”, e vários séculos já se passaram e o
homem continua na mesma condição espiritual, perdido em seus delitos e pecados.
A única coisa certa que podemos esperar do homem de hoje, no século 21, são
aquelas que o Apóstolo João ensina na sua carta 1ª João 2.16 “Porque tudo que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não
procede do Pai, mas procede do mundo”; tudo que há no mundo, está sob o
domínio do maligno, quem administra as coisas deste mundo? Os homens mortos espiritualmente;
Quem tem o desejo e o pensamento sem controle para o pecar? O homem; Quem é que
só estará feliz se usurpar gananciosamente o que é de outrem para o seu deleite
e avareza? O homem. Vejam que o “deus deste século” não tem muito trabalho para
manter o seu domínio, o próprio homem, pelo seu estado, já contribui em muito
para tal domínio maligno. João na sua primeira epístola em 1ª João 5.19 ensina:
“Sabemos que somos de Deus e que o mundo
inteiro jaz no Maligno”; o verbo jaz é a mesma raiz de jazigo, onde todos
os mortos são enterrados corporalmente, ou seja, lugar de mortos.
Quando um homem
consegue pensar de forma santa e honesta é pura e simplesmente porque a Graça
de Deus já o alcançou e modificou a sua mente, afinal o homem sem a regeneração
operada pelo Espírito Santo, é um inútil espiritualmente e por si não consegue
fazer e nem pensar em bem algum. Até para pensar é necessário que a Graça de
Deus já o tenha coberto, como ensina o Apóstolo Paulo em 2ª Coríntio 3.4-5 “E é por intermédio de Cristo que temos tal
confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma
coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus.”
Novamente o texto nos humilha a tal ponto de termos que admitir, que no quesito
da esfera espiritual só é possível ser agradável a Deus nos nossos pensamentos,
se Ele já tiver nos redimido pelo Sangue do Cordeiro, e nos dado outra mente,
porque a nossa contaminada pelo pecado, sob os desejos da carne do velho homem
é totalmente corrupta e malévola; o Apóstolo Paulo ensina em 1ª Coríntios 2.14 que:
“O homem natural não aceita as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas
se discernem espiritualmente”. O texto fala de que o homem natural (perdido
em pecado e escravo) “não aceita” justamente por não conseguir compreender
porque lhe são inacessíveis, e também diz que “não pode entendê-las,...” não pode
é verbo de ação, não pode, se ele é escravo do pecado e o seu centro de
intenções e desejos (alma) está corrompido espiritualmente, como ele poderia
ter pensamentos e capacidades espirituais? Já o homem natural é o contrário,
como segue ensinando o Apóstolo Paulo 2ª Coríntios 2.15 “Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é
julgado por ninguém”, se lhe é dado a capacidade de julgar no sentido de
certo e errado é porque tem a capacidade para fazê-lo, e esta capacidade como já
mencionei acima “vem de Deus”, e é comprovado na sequência do ensino de 2ª
Coríntios 2.16 “pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir?
Nós, porém, temos a mente de Cristo.” Ter a mente de Cristo não é sem dúvida
alguma, o que o homem perdido em pecado consegue ter, isto nos é impossível,
que comunhão pode haver entre a luz e as trevas? Pelo contrário, nos caminhos
do homem perdido, vemos que: “os seus
pés são velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e
miséria, desconhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus
olhos”, como diz o Apóstolo Paulo em Romanos 3.15-18.
Um alerta é
necessário, Paulo em sua epístola aos Efésios 4.23-24 diz aos crentes dali; “vos renoveis no espírito do vosso
entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e
retidão procedentes da verdade”, o novo homem é ação da Graça pela regeneração
espiritual, por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade, esta
lembrança é justamente porque antes o velho homem só conseguia falar mentiras,
logo a seguir no v.26a ele fala sobre a ira “irai-vos e não pequeis;...", no v.27 ele conclui: “nem deis lugar ao diabo.” O Apostolo
Paulo não está estimulando e insinuando que nenhum crente irado está totalmente
à mercê do diabo. Pois nós, mesmo enfraquecidos, Aquele que está em nós é maior
do que está no mundo, ou seja, o príncipe deste mundo; no entanto, a ira descontrolada
pode dar oportunidade ao inimigo para exercer influência sobre nós a fim de
fazermos o mal. (Há, algumas estratégias,
que são usadas para enfraquecer-nos e nos empurrar ao descontrole em momento de
ira: A estratégia da Tentação – no momento
da ira é atiçado ainda mais os nossos ânimos, instigando lembranças,
verdadeiras ou imaginárias, que justifiquem nossa atitude. O maligno não tem
poder para criar o pecado, e nem sobre nós para fazer-nos pecar introduzindo o
pecado em nosso coração; seu poder apenas restringe a chamar a atenção para uma
ou mais fraquezas que já ou ainda tenhamos. Ao pecarmos a responsabilidade é
totalmente nossa, porque aquela fraqueza já estava em nós, justamente aflorada
por causa do velho homem carnal que ainda habita em nós, mesmo sendo já
regenerados, como diz Tiago 1.14-15 “Ao
contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e
seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, da à luz o pecado; e o
pecado, uma vez consumado, gera a morte.”. A estratégia do Engano – Tentará
desviar nossos olhos e ouvidos da verdade, e apontando-os para aquilo que
desejamos ver e ouvir, por isso a necessidade de andar no Espírito; assim nosso
julgamento contra aqueles que nos aborrecem fica comprometido, e as chances de
conciliação nas crises se esgotam rapidamente: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia,
assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza
devidas a Cristo.” O Apostolo Paulo está fazendo a sua defesa junto aos
Coríntios, aqui ele quer dizer que o mal é realmente mal, e nós que somos
espirituais não devemos tentar a Deus, de nenhuma forma, em especial passarmos
por cima dos princípios estabelecidos na Sua Palavra, nós não somos superiores
e não estamos além da Palavra de Deus, pelo contrário devemos nos render a ela,
pois do contrário estaremos cavando um buraco para nós mesmos cairmos dentro
dele. A Estratégia da Acusação – após nos seduzir e nos enganar a ponto de
perdemos a paciência com alguém e principalmente com as suas atitudes, a nossa
consciência é constrangida de modo que não creiamos na graça, no perdão e na
redenção que temos em Cristo Jesus, o tempo suficiente para desobedecermos e
cairmos, e assim tentando nos desviar do caminho da reconciliação com Deus e
com o próximo, Apocalipse 12.10 “Então,
ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, e poder, o reino
do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de
nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.”
Não dar lugar ao diabo é tirar dele a razão de nos acusar perante Deus e não
permitir que o nome de Deus seja blasfemado por causa dos nossos acessos de
raiva e ira pecaminosa. Por isso o Apóstolo Paulo recomenda a Tito em 2.7-8 “Torna-te, pessoalmente, padrão de boas
obras. No ensino, mostra integridade, reverência, linguagem sadia e
irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade
nenhuma que dizer a nosso respeito.”.
Cuidado! A ira descontrolada faz parte daquela
triste lista de atitudes que podem levar alguém ao inferno (Gl 5.19). As obras
da carne e o Fruto do Espírito não podem andar em harmonia, de maneira que não
é possível produzir o fruto do amor e ao mesmo tempo nutrir inimizade no
coração. Não é possível exercitar o domínio próprio e viver continuamente tendo
acessos de raiva e ira. Por isso: “Andai no Espírito e jamais satisfareis à
concupiscência da carne”. (Gl 5.16).)
Bibliografias: Bíblia Sagrada – revista e atualizada; Revista EBD;
Conflitos da Vida – Editora Cristã Evangélica - paginas 35-36.
Em Cristo!
Pr Salésio Porto – 20/11/2012
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