segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O PECADO AFETOU O PENSAMENTO DO HOMEM - Isaías 59.2



O PECADO AFETOU O PENSAMENTO DO HOMEM – Isaías 59.2

“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.” (Almeida – Revista e atualizada)
“Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá.” (NVI)

            O texto de Isaías 59.2, que está no contexto da maldade de toda a nação de Israel, contra a santidade do Seu Deus; denuncia e mostra claramente aos homens uma consequência catastrófica sobre o que o pecado faz com relação ao sincero e objetivo relacionamento entre Deus e os homens. Fato é que em Is 59.1 começa dizendo: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir”, ainda que Deus deseje sinceramente se relacionar de forma pessoal e direta com o homem, há uma restrição fundamental impedindo que a realização dessa comunhão aconteça. No Antigo Testamento pela sua infinita misericórdia e amor sinceros, o Senhor Deus providenciou pela instituição do sacrifício mediatório de animais ministrado pelo sacerdote a remoção desta restrição e por graça conceder um acesso, mesmo que provisório e momentâneo, mas eficaz pela fé, permitindo ao homem, desfrutar do seu amor e cuidado paterno, e assim poder perceber a ação e direção divinos na sua vida, individual e coletiva seguindo as orientações da Lei revelada por Deus a Moisés.
            Deus é bom, justo e compassivo e deseja que a vida do seu povo receba as bênçãos advindas da sua soberana vontade, e isto, levou homens como Noé, Abraão, José, Moisés, Davi e outros a se envolverem de tal forma nesta oportunidade de serem úteis e relevantes ao Reino de Deus, que os chamou; que suas histórias nos trazem ainda hoje grandes lições. De que adianta orações levantadas a Deus se os pecados fazem separação entre quem orava e quem deveria receber as orações? Que adiantaria suplicar e contar com as bênçãos que haveriam de ser derramadas para o povo se o rosto de Deus estava encoberto e escondido deles? Vejam que se for depender do homem para que a comunicação e o perfeito relacionamento, entre ele e Deus aconteça, seria evidentemente impossível. Deus não se dá com pecado, sua natureza abomina e não suporta esse tipo de mistura, por isso, a solução definitiva e restauradora deveria acontecer por parte de Deus e ser comunicada de maneira clara e universal a todos os homens criados, Tito 2.11 “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens,”. A nova do Evangelho, que recoloca de forma suficiente, perfeita, mediadora e definitiva um ponto final no impedimento que o pecado de Adão causou a toda a humanidade. Assim, visto que a morte veio por meio de um só homem (Adão), também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem (Jesus Cristo); o Apóstolo Paulo nos mostra em sua primeira epístola aos Coríntios 15.22 “Porque, assim como, em Adão, todos morreram, assim também todos serão vivificados em Cristo.”.
            A Graça de Deus chegou, ela veio até nós, de forma misericordiosa, Deus quis se comunicar conosco e restaurar espiritualmente a nossa eterna comunhão com Ele mesmo, Seu Filho Jesus é enviado do céu, para baixar-se ao mais inferior do mundo, como prova definitiva do seu amor pelo homem. Mas, impressionante é que, assim; como no Antigo Testamento, o pecado estava entre o homem pecador e Deus; também no Novo Testamento ele continua sendo impedimento para uma perfeita comunhão entre o homem e Deus. Pois bem e o que muda então? Que vantagem há em ter vivido no Antigo e de viver no Novo Testamento de Jesus?
            Alguns exemplos de como o pecado continua interferindo e impedindo o perfeito relacionamento entre o homem e Deus, também no Novo Testamento ele não perdeu o seu efeito, só culturalmente mudou de nome: João 2.24 “mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos”; o termo não se confiava, quer dizer que há restrições da parte de Jesus em manifestar garantia absoluta em confiança ao que o homem é e o que ele pode fazer, e isto é muito triste; João 3.19 “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.”, a iniciativa partiu de Deus, Ele veio, e o que Ele encontrou? Está bem claro no texto: os homens amaram mais as trevas, é muito difícil para nós aceitarmos que a pessoa que nós mais confiamos e queremos ser íntimo dela, ame mais outras coisas do que a nós, imagine, se é difícil para nós, seres humanos, que vivemos em constantes oscilações e dificuldades, o que dirá de Deus, Santo, Justo e Perfeito? Este é o caso dos homens em relação ao Filho de Deus, eles até esboçam algum tipo de relação, mas, todas elas têm seus interesses e prerrogativas mundanas, nunca foram e nunca serão sinceras, se esta dependência for por parte do coração do homem. O fato de amarem mais as trevas, está bem claro a seguir no versículo que nos esclarece: porque as suas obras eram más, o que se pode esperar de um homem mal senão a prática dele? O homem do Novo Testamento continua o mesmo, o seu pecado continua o mesmo, seu senhorio continua sendo pelo pecado, a mudança e a diferença básica é que agora Deus não depende de nenhum sacrifício humano ou animal para mediá-lo com o homem; Ele mesmo providenciou a resolução: O Cordeiro de Deus Crucificado. João vai dizer isto, em João 1.29 “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”.
            Verdades de Deus, que precisam ser pregadas ao mundo perdido, digo a homens perdidos, que foram ensinadas pelo Apóstolo Paulo em 2ª Coríntios 4.3 “Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto”. É triste ouvir isto, mas ainda há pessoas que se perdem por causa do evangelho ainda está encoberto, e veja que aqui é o início da pregação da igreja primitiva no mundo da época, vários anos já se passaram, na verdade séculos, ou melhor, milênios inteiros, e não podemos ficar descansados quando ouvirmos este ensino, do evangelho encoberto e pessoas se perdendo. Notem, que o motivo do evangelho encoberto continua sendo o pecado dos homens, veja; o que segue dizendo o texto, agora em 2ª Coríntios 4.4 “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.”; aqui o termo usado é “deus deste século”, e vários séculos já se passaram e o homem continua na mesma condição espiritual, perdido em seus delitos e pecados. A única coisa certa que podemos esperar do homem de hoje, no século 21, são aquelas que o Apóstolo João ensina na sua carta 1ª João 2.16 “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo”; tudo que há no mundo, está sob o domínio do maligno, quem administra as coisas deste mundo? Os homens mortos espiritualmente; Quem tem o desejo e o pensamento sem controle para o pecar? O homem; Quem é que só estará feliz se usurpar gananciosamente o que é de outrem para o seu deleite e avareza? O homem. Vejam que o “deus deste século” não tem muito trabalho para manter o seu domínio, o próprio homem, pelo seu estado, já contribui em muito para tal domínio maligno. João na sua primeira epístola em 1ª João 5.19 ensina: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”; o verbo jaz é a mesma raiz de jazigo, onde todos os mortos são enterrados corporalmente, ou seja, lugar de mortos.
            Quando um homem consegue pensar de forma santa e honesta é pura e simplesmente porque a Graça de Deus já o alcançou e modificou a sua mente, afinal o homem sem a regeneração operada pelo Espírito Santo, é um inútil espiritualmente e por si não consegue fazer e nem pensar em bem algum. Até para pensar é necessário que a Graça de Deus já o tenha coberto, como ensina o Apóstolo Paulo em 2ª Coríntio 3.4-5 “E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus.” Novamente o texto nos humilha a tal ponto de termos que admitir, que no quesito da esfera espiritual só é possível ser agradável a Deus nos nossos pensamentos, se Ele já tiver nos redimido pelo Sangue do Cordeiro, e nos dado outra mente, porque a nossa contaminada pelo pecado, sob os desejos da carne do velho homem é totalmente corrupta e malévola; o Apóstolo Paulo ensina em 1ª Coríntios 2.14 que: “O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. O texto fala de que o homem natural (perdido em pecado e escravo) “não aceita” justamente por não conseguir compreender porque lhe são inacessíveis, e também diz que “não pode entendê-las,...” não pode é verbo de ação, não pode, se ele é escravo do pecado e o seu centro de intenções e desejos (alma) está corrompido espiritualmente, como ele poderia ter pensamentos e capacidades espirituais? Já o homem natural é o contrário, como segue ensinando o Apóstolo Paulo 2ª Coríntios 2.15 “Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém”, se lhe é dado a capacidade de julgar no sentido de certo e errado é porque tem a capacidade para fazê-lo, e esta capacidade como já mencionei acima “vem de Deus”, e é comprovado na sequência do ensino de 2ª Coríntios 2.16 “pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.” Ter a mente de Cristo não é sem dúvida alguma, o que o homem perdido em pecado consegue ter, isto nos é impossível, que comunhão pode haver entre a luz e as trevas? Pelo contrário, nos caminhos do homem perdido, vemos que: “os seus pés são velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria, desconhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos”, como diz o Apóstolo Paulo em Romanos 3.15-18.
            Um alerta é necessário, Paulo em sua epístola aos Efésios 4.23-24 diz aos crentes dali; “vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”, o novo homem é ação da Graça pela regeneração espiritual, por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade, esta lembrança é justamente porque antes o velho homem só conseguia falar mentiras, logo a seguir no v.26a ele fala sobre a ira “irai-vos e não pequeis;...", no v.27 ele conclui: “nem deis lugar ao diabo.” O Apostolo Paulo não está estimulando e insinuando que nenhum crente irado está totalmente à mercê do diabo. Pois nós, mesmo enfraquecidos, Aquele que está em nós é maior do que está no mundo, ou seja, o príncipe deste mundo; no entanto, a ira descontrolada pode dar oportunidade ao inimigo para exercer influência sobre nós a fim de fazermos o mal. (Há, algumas estratégias, que são usadas para enfraquecer-nos e nos empurrar ao descontrole em momento de ira: A estratégia da Tentação – no momento da ira é atiçado ainda mais os nossos ânimos, instigando lembranças, verdadeiras ou imaginárias, que justifiquem nossa atitude. O maligno não tem poder para criar o pecado, e nem sobre nós para fazer-nos pecar introduzindo o pecado em nosso coração; seu poder apenas restringe a chamar a atenção para uma ou mais fraquezas que já ou ainda tenhamos. Ao pecarmos a responsabilidade é totalmente nossa, porque aquela fraqueza já estava em nós, justamente aflorada por causa do velho homem carnal que ainda habita em nós, mesmo sendo já regenerados, como diz Tiago 1.14-15 “Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, da à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.”. A estratégia do Engano – Tentará desviar nossos olhos e ouvidos da verdade, e apontando-os para aquilo que desejamos ver e ouvir, por isso a necessidade de andar no Espírito; assim nosso julgamento contra aqueles que nos aborrecem fica comprometido, e as chances de conciliação nas crises se esgotam rapidamente: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.” O Apostolo Paulo está fazendo a sua defesa junto aos Coríntios, aqui ele quer dizer que o mal é realmente mal, e nós que somos espirituais não devemos tentar a Deus, de nenhuma forma, em especial passarmos por cima dos princípios estabelecidos na Sua Palavra, nós não somos superiores e não estamos além da Palavra de Deus, pelo contrário devemos nos render a ela, pois do contrário estaremos cavando um buraco para nós mesmos cairmos dentro dele. A Estratégia da Acusação – após nos seduzir e nos enganar a ponto de perdemos a paciência com alguém e principalmente com as suas atitudes, a nossa consciência é constrangida de modo que não creiamos na graça, no perdão e na redenção que temos em Cristo Jesus, o tempo suficiente para desobedecermos e cairmos, e assim tentando nos desviar do caminho da reconciliação com Deus e com o próximo, Apocalipse 12.10 “Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, e poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.” Não dar lugar ao diabo é tirar dele a razão de nos acusar perante Deus e não permitir que o nome de Deus seja blasfemado por causa dos nossos acessos de raiva e ira pecaminosa. Por isso o Apóstolo Paulo recomenda a Tito em 2.7-8 “Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito.”.
Cuidado! A ira descontrolada faz parte daquela triste lista de atitudes que podem levar alguém ao inferno (Gl 5.19). As obras da carne e o Fruto do Espírito não podem andar em harmonia, de maneira que não é possível produzir o fruto do amor e ao mesmo tempo nutrir inimizade no coração. Não é possível exercitar o domínio próprio e viver continuamente tendo acessos de raiva e ira. Por isso: “Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne”. (Gl 5.16).)
Bibliografias: Bíblia Sagrada – revista e atualizada; Revista EBD; Conflitos da Vida – Editora Cristã Evangélica - paginas 35-36.

Em Cristo!
Pr Salésio Porto – 20/11/2012

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